quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Um documentário, um show, uma espera...

Faltam 42 dias pro primeiro show do Pearl Jam no Brasil.

Outro dia relendo um texto de um amigo no blog dele, escrito em abril, vi como o tempo passou rápido. Em abril eu já estava esperando, porém sem saber se aconteceria. Uma espera que se estendeu até julho, quando em uma linda segunda feira entrei no twitter e pude ver meus amigos já surtando com as boas novas. Fui inundada por uma felicidade gigante aquele dia!

Quatro datas no Brasil, uma possibilidade de ir até a Argentina. Um milhão de dúvidas existenciais, milhares de e-mails trocados (quem vai, onde vai, como vai) . E no fim, ingressos... ah que emoção comprar os ingressos! Esperar meia noite, falar bobeiras com amigos enquanto isso, comemorar a empreitada bem sucedida.

Um milhão de coisas pra fazer: pesquisar vôos, hotéis, albergues, milhares de e-mails novamente. Muitas coisas sendo decididas. Sensação de liberdade, de felicidade a cada novo passo.

E um novo show anunciado, pré venda no mesmo dia! Justamente um dia que eu sabe-se lá porque não entrei no twitter, não olhei e-mail... mas recebi uma ligação! E meu coração acelerou de novo. Não escutei NADA direito, um barulhão, mas algumas palavras soltas: show extra, pré venda, HOJE. E depois um SMS esclarecendo tudo isso e conectando as palavras. Muito obrigada aliás a meu amigo que me avisou!

E nova espera pela meia noite, novas risadas, novas conversas...

E o tempo vai passando. E um documentário é lançado. E você vê a história da banda da sua vida ser contada. Ri, se emociona... tem a certeza que o amor que você sente por eles faz todo sentido.

No dia seguinte ao documentário um show. Não o que você está esperando, mas de uma banda que você gosta (de maneira normal, sem exageros). Qualidade técnica discutível. Mas o clima de show, as pessoas, tudo ali pra te lembrar que em menos de 2 meses você vai novamente estar ali, em uma pista, mas pra ver após 6 anos a banda da sua vida. A SUA melhor banda do mundo.

E agora estou aqui esperando. Não é uma espera ruim, pelo contrário, é uma espera ansiosa e boa. Serão dias intensos. Misturarão trabalho, com cuidar do filho pequeno, aviões, certamente muito cansaço.

Mas também os shows, as risadas, as lágrimas, a oportunidade de se sentir livre, de se sentir bem, de eliminar ainda que por pouco tempo tudo que existe dentro da sua cabeça. Todas as preocupações, todas as angústias. Dua horas onde nada mais importa.

Sei que a maioria das pessoas lendo isso achará um exagero. Quase ninguém entende o porque de você querer ir a mais de um show, de gastar dinheiro. O porque de você gostar tanto de uma banda. É difícil entender paixões não é mesmo?

Mas eu não tenho como ser mais grata agora a essa oportunidade que terei. Não serão apenas 12 dias de felicidade. Tem sido um ano todo quase de emoções. E isso é o que torna a vida válida não? Rir, chorar, se angustiar, se alegrar.

Dividir isso com pessoas que você nunca teria conhecido se não fosse por esse amor "irracional" é o plus de toda essa história. Desconfio que viver suas paixões a fundo, mergulhar de cabeça só traz coisas boas, pelo menos pra mim tem sido assim :)

E de novo, faltam 42 dias!

PS: no documentário aparecem pessoas que foram a vários show, sendo que um fã foi a 153 shows do Pearl Jam. Então 10 (somando esses de agora com os de 2005) nem é exagero!

sábado, 3 de setembro de 2011

Voltando a falar de escolas...

Não é novidade que esse assunto "escola" tem me atormentado ultimamente. O que é uma boa escola? Onde devo matricular uma pessoa de 3 anos que eu não faço idéia se no futuro optaria por ser professor de física, advogado, jornalista, cantor de bar, ilustrador, dono de banca de jornal? Ah se eu pudesse prever os interesses que surgirão.... aí eu escolheria a escola mais adequada pra isso. Ou será que na verdade a escolha que eu fizer agora vai refletir também nisso? Será que colocando em uma determinada escola eu posso transformar o futuro artista plástico em um professor de física?

Linhas pedagógicas se abrem diante de nós meros mortais (não especialistas em educação) como se fossem roupas, como se fosse óbvio escolher X em detrimento de Y. Mas como escolher algo que vc nem sabe ao certo o que é?

Então me pergunto ultimamente: o que eu espero da escola do meu filho? O que eu quero que ele aprenda lá? O que eu não quero que ele aprenda lá? O que eu espero que da "vida escolar" dele?

Conversei muito sobre isso esses dias com algumas amigas e pude notar o quanto isso é dúvida pra quase toda mãe que tenha essa oportunidade de escolher. Sim porque vamos lembrar que pra maior parte da população essa escolha não existe. Colocá-se onde há vaga, e reza-se pra que a escola corresponda minimamente ao que se espera dela.

Um adendo: muitas vezes na escola pública estão professores maravilhosos. Mal pagos, sem reconhecimento mas muito talentosos. Tenho sorte de ter convivido a minha vida toda com ambiente escolar já que minha mãe foi professora e mais tarde coordenadora em escolas da Prefeitura de São Paulo. Mas também estão profissionais sem motivação, desiludidos, descompromissados (e não estou aqui querendo discutir se eles estão errados de agir assim até porque isso é um assunto pra conversar por dias). Sendo assim, embora eu saiba que na escola pública muitas vezes temos alfabetizadores sensacionais, acabarei optando por uma escola particular. Não quero depender de sorte. Meu irmão por exemplo fez o primeiro ano em uma escola pública (na que minha mãe trabalhava) pois ela sabia que a alfabetizadora de lá era excelente. Mas durante o ano letivo ela teve problemas de saúde, tirou muitas licenças e a substituta era alguém sem preparo algum. Então sendo assim não considerei a sério colocar na escola pública, até porque eu ia ter que bancar uma super discussão com o pai dele pra fazer algo por princípios, mas que eu também não acredito com segurança.

Nesse bate papo virtual com amigas que estão passando pela mesma fase que eu me deparei com duas linhas principais. Uma vertente com maior números de pessoas que ainda acredita mais no ensino tradicional. Que busca um lugar onde o filho seja sim respeitado, onde seus talentos não acadêmicos não sejam tolhidos mas que administre de forma integral todos os conteúdos e os cobre de forma a fazer com que a criança termine o ensino médio apta a concorrer em concursos vestibulares de universidades de ponta nas carreiras mais concorridas. E algumas outra pessoas que estão tentando buscar um lugar onde o conteúdo talvez não seja administrado de maneira tão competente mas que outras características sejam levadas em conta. Pessoas que tem receio que uma educação tradicional pode de alguma maneira limitar algo que a criança tenha de talento mas que não seja valorizada nesse meio (como um talento musical, ou pra artes plásticas, etc).
Há também uma preocupação em poupar de sobrecarga de trabalhos e provas a infância. Lembrando que essa preocupação do quanto cobrar e do quanto poupar a infância de sobrecarga acadêmica independe da linha de ensino, muita gente quer uma escola tradicional mas que não seja tão rigorosa nessa parte pelos menos durante o ensino fundamental.

Voltando a mim e a meu filho de 3 anos. O que eu espero da vida e da educação dele. Primeiro eu gostaria de dizer que tenho uma visão meio negativa da forma como as coisas são ensinadas. Desacredito da importância e da utilidade de muita coisa que é ensinada pela forma como é feito. E volto a dizer que não entendo absolutamente nada de educação então é só uma opinião minha, sem suporte técnico algum e que pode ser contestada por qualquer profissional da área sem que eu me sinta no direito de argumentar. Mas é algo que eu acho e que certamente influi na minha busca da escola ideal. Então eu sendo a mãe dele não consigo entender qual seria a real importância de aos 14 ele saber a tabela periódica de maneira decorada. Entendo a parte que fala: vai servir pro vestibular. Mas e tirando isso? Sou daquelas que acha que lendo um livro, indo viajar, vendo um filme, um museu o aprendizado é real. Estudando coisas soltas pra fazer uma prova não.

E aí tem a parte de preparar a criança pra um futuro promissor. Toda mãe quer que seu filho tenha um futuro promissor isso é fato. O que muda é a opinião de cada uma do que seja isso. Pra algumas é ver o filho numa boa universidade, seguido de um bom emprego, onde ele possa ter base financeira pra fazer o que desejar, ou que siga a nossa carreira e possa continuar nosso trabalho, ou que se destaque como esportista, as possibilidades são muitas. É engraçado como mesmo sabendo que o futuro deles não nos pertence planejamos coisas.

Eu também quero um filho bem sucedido. O que talvez fuja um pouco da opinião da maioria das pessoas é o meu ponto de vista de ser bem sucedido. Não me preocupo nem um pouco com vestibular por hora. Não penso muito também sobre qual carreira ele vá seguir. Meu único desejo é que ele opte pelo que lhe pareça ser o melhor, pelo que o faça feliz. Sem se preocupar com o que acharão disso, com a posição social que isso trará, sem buscar aceitação de outras pessoas inclusive a minha.

Não vivo num mundo de faz de conta e sei que dinheiro tem sim importância. Mas acredito também que importância dele não é tão alta como parece ser. Acredito que existe um mínimo pra que a pessoa possa viver bem. Ninguém é feliz sem ter o que comer, o que vestir, sem ter dinheiro pra comprar remédio, ou pra ter algum lazer. Mas ninguém precisa vestir a roupa da marca X, comer no restaurante Y, viajar todo ano pro lugar tal porque todo mundo vai, ou ter o carro que todos almejam.

Não gosto também da idéia de que se tenha que ser o melhor no que se faz. "Se for ser tal coisa tudo bem, desde que seja o melhor". Que cruel cobrar nada menos que o ser o melhor. Entre todos os milhares profissionais daquela área existe apenas um que tem valor: o melhor. Prefiro acreditar (e passar pro meu filho) que temos que ser o que podemos ser. Se me proponho a fazer um trabalho e isso envolve outras pessoas tenho que fazer minha parte bem feita. Tenho que ter responsabilidade no que faço. Seja um médico atendendo um paciente, seja um advogado defendendo uma causa, um cantor fazendo uma apresentação, um chaveiro moldando uma chave. Temos que fazer bem feito. Mas não precisa ser o juiz que passou no concurso mais concorrido e ganhou o maior status. Pode ser o advogado que tá defendendo um consumidor que foi lesado por seu plano de saúde. Um não tem valor maior que o outro. E é isso que eu quero que ele saiba.

E por tudo isso estou convencida por hora que a melhor opção pra mim é colocá-lo em uma escola que tenha uma proposta menos tradicional. Que valorize mais outras questões do que o conteúdo e o vestibular. Não tenho pressa pra que ele entre numa universidade com 18 anos. Acho cedo demais e por vezes até cruel que com essa idade se escolha uma profissão. Gostaria que antes disso meu filho pudesse viver outras coisas. E se ele optar por fazer uma faculdade disputada, se ele achar que o lugar dele é fazendo engenharia no ITA poderá fazer 1, 2, 3 anos de curso pré vestibular. Não faz sentido pra mim que ele tenha que se preparar 12 anos (e durante a infância e a adolescência) pra uma prova que eu nem sei se ele vai querer fazer. Não compro o discurso do perdeu tempo com isso, podia ter se formado antes porque a vida vai muito além disso. Não perdeu nada, e terá todo tempo depois pra ser o profissional que escolheu.

Tudo isso pra dizer que hoje meu filhote vai fazer a sondagem num colégio que me foi muito recomendado por seguir uma linha mais liberal e construtivista, que eu já visitei e gostei e que torço pra ser a opção acertada.

Ah sim a escola é essa aqui: www.marupiara.com.br